segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Calma!

Uma menina encosta o rosto contra meu ombro. Suas lágrimas molham minha camiseta. Ela espera aflita, com medo, orgulho ferido, desesperadamente uma palavra de alivio ou de conforto, qualquer coisa que possa calar sua alma.Uma mulher preocupada, olha com olhar de mãe que beira o desespero, me vê sair de casa para uma viagem que até eu voltar é uma angústia sem volta, bebidas, carros, estradas. Ela olha de novo, espera uma palavra de responsabilidade, um corrimão de maturidade, algo onde possa calar a alma.Um jovem acabou de terminar seu relacionamento. Acorda impulsivo, pega o carro sai dirigindo sem rumo. Por sorte estou ao seu lado, então ele para suspira e espera, espera um conselho, uma palavra de experiência no assunto, uma palhaçada que o fizesse rir ou sei lá... Qualquer coisa que calasse a alma!Um Homem me vê um pouco triste sem um plano pro futuro. Olha pra mim com um olhar de reprovação, espera uma palavra que explique, que indique um próprio caminho ou um caminho próprio, uma palavra que o faça ficar mais em paz, que o libere para pensar mais em si, qualquer coisa que cale a alma.Combinei de sair com uma amiga. Ela espera que eu decida aonde vamos, ou se não, pelo menos que eu de uma idéia, uma boa idéia ou quem sabe uma dica do que gostaria de fazer, sei lá... Ela me parece agoniada eu poderia dizer pelo menos algo que calasse a alma!Sempre, em qualquer situação que saia do meu controle ou que eu não tenha uma resposta, que não caiba uma das minhas piadas sem graça, sempre me vem a mente uma palavra que cala a alma. Uma palavra que é sincera como poucas outras, por tanto sendo fútil ou dolorosa a situação que você se encontra e precisar de uma resposta ou de um conselho meu: CALMA!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Aos 18...

Aos 18 eu jogava futebol melhor do que jogo hoje.
Aos 18 eu corria mais do que eu corro hoje.
Aos 18 eu era mais bonito do que sou hoje.
Aos 18 eu era mais solto do que eu sou hoje.
Aos 18 eu acreditava mais nas pessoas do que eu acredito hoje.
Aos 18 eu era mais inocente do que sou hoje.
Aos 18 eu estava mais perto dos meus amigos do que estou hoje.
Aos 18 eu era mais inconsequente do que sou hoje.
Aos 18 eu cometia mais erros do que cometo hoje.
Aos 18 eu era mais agressivo do que sou hoje.
Aos 18 eu me importava menos com os sentimentos dos outros do que me importo hoje.
Aos 18 eu não sabia o que eu seria hoje.
Aos 18 eu não sabia o que eu sei hoje.
Aos 18 eu não sabia, Hoje eu ainda não sei!
Mesmo assim, obrigado pelas lembranças!

segunda-feira.

“Mesmo triste eu estava feliz” esse trecho de uma musica que eu não sei quem escreveu, mas eu conheço pela voz da Marisa Monte esta na minha cabeça numa repetição que normalmente incomoda, mas hoje não esta incomodando, eu até sei a parte seguinte da musica, mas não gosto da musica e nem da frase seguinte, só gosto dessa frase e nem sei por que, mas eu gosto. Essa frase pra mim podia ter um nome podia se chamar segunda-feira, segunda-feira é assim pra mim, dá aquele desanimo, o cansaço do fim de semana que foi feito pra descansar, mas nas minhas mãos ganha outras utilidades que cansam bastante, a perspectiva de uma semana de muito trabalho pela frente... Mas é estranho... Mesmo com tudo isso eu sou chegado numa segunda-feira. Tenho mania de não aceitar muito bem as coisas impostas pelo lugar-comum, adoro a sensação de começar de novo, “o que essa semana tem pra mim?”, a rotina é ótima, trabalho exatamente onde eu gostaria de trabalhar, almoço quase todos os dias com a minha mãe, quando tenho um tempinho ocioso, tenho alguém muito especial para quem eu ligo e rapidinho meu dia fica melhor, adoro a sensação de dever cumprido e chegar em casa exausto loco para dormir, mesmo sabendo que assim que por os pés em casa algo me impedirá de dormir, e quase sempre é algo bom. Não minha vida não é um mar de rosas, não ando por ai saltitando, mas toda semana pode ser uma semana especial. e mesmo meio triste ou desanimado, as segundas-feiras me deixam com o gostinho da esperança que essa semana vai ser o Maximo!!!

O Andarilho.

Tenho um certo encanto com a imagem do mendigo. Não desses mendigos comuns do Rio de Janeiro que, infelizmente, sofrem muito com milhares de problemas e geram outros milhares de problemas a sociedade.. Mas sim com um tipo de mendigo que se vê bem menos... O mendigo andarilho, um homem misterioso que anda por ai, solitário, sem pressa, sempre sozinho, carregando quase sempre uma mochila velha ou uma mala de viagem que foi jogada fora. De onde vem esse homem, sem família, sem amigos, por que ele me parece tão mais sóbrio que os outros mendigos que vejo por ai? Será que ele é feliz? Será que ele se preocupa com coisas tão mundanas como felicidade? Será que ele sabe para onde vai? Qual a idéia de lar ele tem? E de cidade natal? Seria ele cidadão do mundo? Ou uma pessoa com raízes mais profundas do que imaginamos e por vergonha, medo ou dor não volta pra sua casa... Pra sua família? Quantos lugares ele conhece? Será que já se acostumou com a indiferença das pessoas a sua existência? Será que ainda consegue se sentir grato às pessoas que lhe dão um prato de comida de vez em quando?Sou capaz de imaginar historias até para famílias de pombos que ciscam na praça, por que esses personagens do cotidiano me causam tantas dúvidas? Por que são tão misteriosos? Outro dia estava entrando na casa do meu pai, quando eu vejo um andarilho acordando, se espreguiçou, olhou pro céu por entre as árvores como quem quer saber como será o clima do dia, vai chover? Vai fazer sol? E perguntou a um homem que passava pela rua:- Senhor, que horas são, por favor?- O homem olhou com cara de espanto e respondeu meio baixo e tudo junto quatroemeia. (o famoso 16:30h)Com cara de “Ih tô atrasado!!!”, o andarilho agradeceu, já juntando seus trapos, pronto pra partir.- Obrigado senhor.Eu fui almoçar com minha família. E ele? Que compromisso tão importante ele tinha? Partiu, solitário e cheio de certeza e eu fiquei, muito bem acompanhado e cheio de dúvidas... Vida que segue!

Um lugar chamado São Romão.


Gosto de acordar num dia de sol e vento gelado, abrir a janela ver um lago, uma arvore que dá frutos com formato de estrelas, dois balanços, uma varanda simples e aconchegante, espreguiçar na rede em quanto como um pão com manteiga, a voz doce de uma senhora que realmente se importa comigo, em como eu estou, se me alimentei bem e que mesmo tão longe e sem telefone acompanha os passos que dou por aqui. Uma baixada, um ribeirão, quero-quero voando, um cavalo que anda do jeitinho que eu gosto, uma marchinha batida, um viagero sem pressa, não ter hora pra chegar, parar numa velha estação de trem e tomar uma cerveja gelada com meu pai, me sentir mais do que filho, amigo de verdade e compartilhar historias, bobagens, falar muito e não dizer muita coisa e ouvir quem fala pouco e diz bastante, ficar horas de papo com primos que mesmo em alguns casos não sendo parentes de sangue são bem mais que primos, são irmãos e que assim como eu, não tem pressa, ou não deveriam ter. Futebol das quatro até ficar escuro, um boa partida de truco, conversa no quarto, não ser o primeiro no banho, mas também não ser o ultimo, festa julina na igreja, primos de minas, primos de são Paulo, vinho, quentão, cerveja, comidas típicas desse tipo de festa, carinhos, beijo no pescoço, cheiro de mato na estrada, estrada de terra, como eu amo estrada de terra, um curral antigo, dormir como uma criança e não ter hora para acordar, mas ter muitos motivos para acordar num delicioso dia de sol e vento gelado.Se um lugar com tudo isso reunido existisse seria o paraíso né? Mas se existisse, um lugar que tivesse tudo isso e mais milhares de lembranças de férias perfeitas, aprendizados pra vida toda, frustrações, um bar rústico com milhares de conversas até de madrugada, roda de violão, fogueira, volta no ó, perdas, fogão à lenha, cachorro, gato, pavão. Tucano, galinha d’angola, horta, cavalo, vaca, recordações de que a vida já foi boa demais e a esperança de um dia voltar a ser, esse lugar se chamaria São Romão.